terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

10 mandamentos do concurseiro

1)      O concurseiro não possui outra coisa que esteja em primeiro lugar na sua vida. Filhos, trabalho, casa, relacionamentos devem ser todos orientados a participarem dos seus objetivos. Todos devem se contentar em serem acessórios e futuros beneficiários dos bons resultados que você obtver. Se você não conseguir fazer isso ´é melhor nem começar a estudar.
2)      Não se prenda a mitos. Não fique pensando que tal e tal concurso é fraudado, que não vai haver lisura no exame, que você não é apadrinhado. Não alimente medo nenhum pois pode ser apenas uma desculpa que você está procurando para ir para a zona de conforto. Seu objetivo é estudar tantas horas por dia e, se possível, aumentar essa quantidade ao máximo que seu corpo, sua mente e seus compromissos permitirem. 3) não invocar qualquer desculpa para não estudar. Suas palavras têm poder. Elas acabam moldando o seu dia a dia. Não diga coisas ruins a seu próprio respeito e sequer deixe-as passar pela sua cabeça. Durante a preparação para um concurso isso fica muito fácil para quem realmente está estudando seriamente.
3)      Na bíblia os mandamentos falam para guardar o sábado. Mas está claro o engano do versículo pois a obra de Deus não para no sábado e no domingo. O sol continua nascendo e se pondo, chove, faz frio, há vento, as plantas crescem, já pensou se tudo realmente parasse no sábado e no domingo? Com um concurseiro é a mesma coisa: Todo dia é dia, não há espaço para se folgar algum dia, mesmo que a tarefa se atenha a uma pequena parcela do dia, não se pode perder a oportunidade de se fazer o melhor, em todos os dias que se tem disponível.
4)      O concurseiro deve se mirar no exemplo de outras pessoas. E respeitá-las. Talvez você não consiga estudar 14 horas por dia, como algumas pessoas. Pode ter certeza que suas 6, 7 ou 8 horas serão sempre valiosas. Quem se arriscar ou não conseguir estudar bastante deverá arcar com o risco de não atingir seus objetivos. E funciona assim: enquanto você se permite um chopp, haverá muitos outros interessados que não se darão a mesma licença e aumentarão sua chance de sucesso. Cabe a você decidir quem você é e até onde pode ir. Sem esforço, contudo, não há grandes chances de sucesso, exceto se você for um gênio, o que a maioria de nós não é.
5)      Jamais atrapalhe algum concorrente ou tente dissuadi-lo de estudar. Bons companheiros são muito importantes para um bom concurseiro. Quanto mais estudioso for o seu amigo, colega de trabalho e/ou de faculdade, melhor fonte ele será para te ajudar com suas dúvidas ou te ajudar a melhorar sua memorização do assunto. Esteja sempre pronto a compartilhar suas informações pois a cada vez que as compartilha, novas sinapses estão surgindo no seu cérebro e aumentando suas chances de se dar bem.
6)      Procure não se enganar. Passar num concurso é uma coisa difícil e não é para gente fraca. Alguns podem até dar sorte e conseguir aprovação num concurso com muitas vagas e poucos interessados. Mas ainda assim possuirão dois méritos indiscutíveis: fazer os mínimos necessários para atingir a nota de corte e, sobretudo, aceitarem as condições, às vezes terríveis, para exercerem os cargos depois....
7)      Nas academias de ginástica se usa muito a expressão “roubar” que é quando o indivíduo finge que está fazendo um exercício mas não o faz corretamente ou com a intensidade com que deveria fazer. Acaba que seus resultados nunca serão os melhores possíveis. Vai fazer um concurso, faça-o de verdade, faça simulados, procure provas antigas, estude em livros e fontes diferentes, veja vídeos no youtube com as matérias que você precisa aprender e faça anotações. Em concursos com redação, é melhor você se preparar para fazer uma redação por dia até o dia da prova. Com certeza muito poucos dos outros participantes tomarão o mesmo cuidado e você aumenta em muito as chances de conseguir obter uma boa colocação. Lembre-se que o tempo todo estamos fazendo redações, em nosso pensamento. Basta lembrar que o texto produzido deve ter começo, meio e fim e procurar informações sobre a confecção de textos como por exemplo em...
8)      Não se importe com os outros concurseiros. Isso é perda de tempo e pode te atrapalhar nos seus objetivos. Você deve ter em mente apenas a sua própria preparação e não se preocupar com a dos outros, a menos que isso possa te ajudar. Se há um amigo que deixou de jogar bola no sábado, quem sabe essa não seria uma forma de você também melhorar suas chances? Apenas os exemplos positivos devem ser seguidos. Contudo, não se esqueça de descontrair, também. Procure coisas que realmente te divirtam e separe ao menos uma noite ou uma tarde e noite por semana para se descontrair. Mas tenha a certeza de que realmente está se distraindo e não perdendo seu tempo.
9)      A faculdade ou qualquer curso universitário tem que ser uma forma de você alavancar seus estudos. Dessa forma, o ideal é escolher um bom curso como direito ou contabilidade, e no máximo administração para que você já esteja caminhando direto na aquisição dos seus objetivos.

10)   Como naquela metáfora dos cursos de gerenciamento do tempo, o concurseiro deve se lembrar de “RECHEAR” cada minutinho que sobre do seu tempo para estudar. Vale uma olhada rápida (para não tontear ou correr o risco de corromper alguma parte do olho) na matéria dentro do ônibus, uma língua de vaca no banheiro da empresa, um resuminho dobrado em sanfona na esteira da academia (que também deve ser olhado rapidamente por motivos óbvios). O importante é que seu objetivo faça parte dominante do seu dia. 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Escrevendo sobre concursos

Concursos sempre são um assunto interessante.

Num país de burocracia forte e irregular como o Brasil, é possível encontrar boas chances de salários regulares e estabilidade.

Mas, antes de mais nada, é necessário que se conheça um pouco do que acontece por aí, na administração pública. A complexidade e a força da burocracia devem ser consideradas. A heterogeneidade, ou seja, as enormes diferenças ocorridas devem ser citadas. E finalmente, devem ser tratados os salários bons ou ruins e os motivos que os fazem ser assim.

Nada exaustivo, cobrindo tudo que acontece, mas dando pelo menos uma notícia sobre o assunto.

A grandeza, a complexidade e a força da burocracia 

 Apenas um quarto, mais ou menos, do produto do trabalho de uma pessoa realmente fica como ela. Sobre o salário são pagos mais de 50% de encargos sociais. Do valor bruto do holerite são debitados até 27%, conforme a faixa de imposto de renda. Os valores individuais recolhidos para a previdência também vão para as mãos do governo. Sobre outros descontos como pensões e empréstimos são pagos tributos como I.O.F. e mesmo imposto de renda. Do valor líquido ainda são pagos tributos municipais e estaduais referentes aos bens que se possui. E ainda há tributação que recai sobre os alimentos.

Como administrar isso tudo? Quem é que vai calcular todos os valores a pagar? Quem é que vai emitir ou terceirizar a emissão das guias para pagamentos? Quem é que vai contabilizar o dinheiro que entrou no caixa? Quem é que vai conferir se todo o dinheiro que era para ser recolhido, realmente o foi? Quem é que vai fazer os registros no sistema dos valores de cada mês? Quem é que vai emitir os documentos e certidões de pagamentos de determinados valores? Como essas, várias são as tarefas a serem feitas pelo estado, inclusive para gastar esse dinheiro todo. É necessária uma máquina enorme para isso.

E essa máquina não pode parar. Não se concebe um Estado funcionando sem a cobrança de tributos. Sem o pagamento de empregados e fornecedores. Não é possível imaginar a população sem a presença, mesmo que porosa, do aparato policial. Os hospitais, escolas  e outros aparelhos públicos, mesmo que ineficientes, dependem da existência da burocracia estatal para continuarem funcionando. Mesmo as empresas e o indivíduo necessitam direta ou indiretamente que essa máquina não pare.

Quanto mais complexo o estilo de vida e o desenvolvimento econômico e tecnológico de um povo, maior a sua dependência e maiores as necessidades de que haja um Estado forte. O fato é inexorável e mesmo as correntes capitalistas liberais mais fortes não consideram a possibilidade, ideologicamente anárquica, de se reduzir o Estado ao mínimo. Além disso, esse "pequeníssimo estado" desejado por alguns, apenas concentraria as funções mais importantes e que não podem ser delegadas, ou terceirizadas.

Por isso a existência do estado está garantida e não se vislumbra, a não ser em utopias a existência de um formato muito diferente deste que está por aí. Não.
 
 Irregularidades e diferenças
 

O "irregular" vem de várias características peculiares à administração nessas terras:

a) Alguns órgãos são realmente inchados e visam atender a interesses políticos dos cabos eleitorais;
b) Alguns órgãos, raríssimos, são bem dimensionados e atendem satisfatoriamente àquilo que deles se espera.Mas que existem, existem; 
c) Em outros órgãos, a exemplo dos fiscalizadores, há um número até menor de funcionários do que o normalmente encontrado em outros países;

Essa irregularidade também pode se refletir no grau de corrupção de cada órgão. Em alguns o histórico de funcionários demitidos por cometimento de crimes é baixo e mesmo as atividades desempenhadas não oferecem oportunidades aos servidores para que se corrompam. Em outros, no entanto, constantemente são noticiadas ocorrências relacionadas a crimes de seus funcionários. Necessário é que se lembre de que mesmo nas  piores instituições alguns funcionários sempre conseguirão se manter longe dos abusos que ali são cometidos.

Salários, desigualdades e opções

São vários os motivos pelos quais os salários podem variar tanto no serviço público.

As cidades menores  e mesmo alguns estados têm grandes dificuldades com as receitas. Órgãos Federais e mesmo locais têm dificuldade em manter bons profissionais trabalhando caso não paguem um salário próximo ao do mercado. Algumas carreiras, até em função do mercado, não atingem o nível de remuneração de algumas outras.

As dificuldades de receitas são muitas em vários municípios pequenos. Grande parte deles recebe apenas a sua participação no Fundo de Participação dos Municípios - FPM. Mesmo assim, são obrigados a se responsabilizarem por programas de educação, saúde, saneamento básico, e tantas outras tarefas que cabem à municipalidade. Os salários dos servidores ficam então à mercê de um e outro pequeno aumento, que sempre deverá se adequar, por bem ou por mal, à realidade daquele município.

Quanto aos Estados, basta lembrar o tamanho de uma Polícia Militar com milhares de homens e a polícia civil que não lhe fica tão atrás em número de integrantes. Gasta-se muito, também, com o aparato judicial, com os tribunais, comissariados, defensorias e tantas outras estruturas, e infraestruturas que devem se ramificar por todo o território do Ente Federativo. Com o legislativo então, é melhor nem escrever nada. Pura excrescência e desvio com corrupção generalizada impactando todas as contas, direta ou indiretamente.

Em várias funções, entretanto, e principalmente no Governo Federal, os profissionais que devem exercer determinados cargos são os mesmos requisitados em formações semelhantes pelas Empresas Privadas. Deste modo um engenheiro que estiver com um salário muito baixo num órgão público pode optar por viver um pouco de instabilidade mas com uma remuneração muito maior na iniciativa privada. O mesmo se aplica a médicos, pilotos militares e tantas outras carreiras cujo profissional pode ser fisgado por um emprego fora do governo.

Nesses casos, acaba que o Estado, pela própria necessidade do povo a ser atendido, é obrigado a encontrar formas e valores que evitem o êxodo desses profissionais.

Quanto aos baixos salários, a situação se inverte quando as carreiras ou seus profissionais também teriam parca remuneração na iniciativa privada. Realmente causa estranheza ver uma assistente social ganhando menos de 10% do salário de um médico. Mas o fato de haver muitos profissionais no mercado e este, em geral, não pagar valores maiores, acaba impactando as possibilidades de que tais profissões possam ser melhor remuneradas.

Ao se pensar em fazer um concurso público é bom, de início, tentar entender como funciona o Estado. É necessário tentar entender grande número de tarefas a desempenhar para arrecadar uma enorme quantidade de tributos e gastá-los. Não adianta ficar reclamando do salário se ele é baseado nas leis inexoráveis do mercado e o próprio Estado, para funcionar, precisa se adequar a essa realidade. O melhor é se informar bem e tentar estar o melhor preparado possível para todas as adversidades. Aliás, essa lição é pode ser extrapolada para  vida em geral.